quinta-feira, 11 de setembro de 2008

A Censura da Minha Mulher

Vejam só a canalhice da minha mulher. Pelo som da sua voz apercebi-me que estava notoriamente alterada. Aproximei-me e encostei o ouvido à porta. Estava a ler os comentários do seu blog, mas algo a estava a incomodar. Furibunda resmungava:-"ha meu grande bolarinázio, entroncho. Pera aí que já te digo, toda a gente diz amém aos meus posts, toda a gente concorda comigo, e tu ousas contrariar-me? Esta Santa que vai ganhar um louvor? Eu que escrevi várias vezes que sou muito compreensiva e dada ao diálogo e que aceito as opiniões dos outros, e que me esforço todos os dias por ajudar os outros e corrigir os meus defeitos? Pera aí que não perdes pela demora, estares para aí a pôr em causa a minha lista de virtudes que fiz no meu blogs, eu já te ensino a não comentares com as palavras 'ai que lindo, ai que coisa mais bela', !"

E com um esgar odioso e os dedos crispados em forma de garra, apagou o comentário dissidente com prontidão, resolutamente. "Pera aí que já te mostro, vou activar a moderação dos comentários e assim dadqui pra frente ninguém há-de contrariar as minhas tiradas geniais, eu que sou uma santa. Toma que já almoçaste e tás com sorte por não levares com o computador em cima da cabeça".

Afastei-me de mansinho. Nestas alturas convém não contrariar a santidade da minha mulher. Para além disso, é por estas horas que o efeito do desodorizante que usa se dissipa, e o seu verdadeiro cheiro sobe à tona. Na realidade, aquela santa não é flor que se cheire...

2 comentários:

Anónimo disse...

Enquanto essa raiva toda for na teclado e não em ti, estás com sorte. Pode te considerar mesmo um gajo com muita sorte.
Bjokas

Anónimo disse...

Dizes isso porque não estás a ver as nódoas negras. Tenho sorte sim, muita sorte por ainda não estar no cemitério ... Esta mulher dá cabo de mim, ai ai